quarta-feira, 10 de agosto de 2011

" Raquel: Uma Professora muito maluquinha!"


  “Uma professora muito maluquinha”
O famoso livro de Ziraldo mostra todo o valor de uma professora na árdua tarefa de ensinar seus alunos a pensar por eles mesmos. São os próprios alunos que contam a história da professora criativa e cativante, apaixonada por seu trabalho, que conquista todos “com seu jeito maluquinho de ser”. Diferente das professoras tradicionais, seus ensinamentos são passados de maneira interativa e alegre e seu objetivo é normalmente atingido, sendo seus alunos a prova viva disso. É um livro que mostra o que infelizmente nem todos valorizam: a importância do papel da professora e como ela influencia a vida de seus alunos pelo resto de suas vidas...

   Partindo da criação do Ziraldo, quero falar hoje, em especial, de uma professora com um perfil muito próximo da sua “professora maluquinha”: Raquel Tanus Cesario,  professora de Português do Meritus, que completa seus 30 anos de graça e muita luz!
Dela posso falar "de carteirinha", pois tenho o prazer imenso de ser sua aluna, "extensivamente".  Peço licença à Raquel para usar aqui o adjetivo “maluquinha”, esclarecendo que o faço no sentido “gostoso e lúdico” do significado da palavra, trazendo aqui neste caso o valor positivo de tal adjetivo – certinho, florzinha?

Para traçar o seu perfil, poderia até ter buscado referência em outras “professoras”- da estirpe das da Academia de Letras, por exemplo. Mas não combina, não adianta! A Raquel é jovem, "frenética", no bom sentido; seu jeito de ser não condiz com o daquelas que se vestem "de maneira engessada", muito menos usa a norma culta "blindada" ao falar, apesar de dominar até notas de rodapés das melhores gramáticas. Além do mais, o valor de uma pessoa, não se mede por títulos, medalhas, ou troféus. Ao meu ver, as atitudes, o poder de convencimento, o envolvimento, a disponibilidade, a capacidade de se doar, a dedicação, isso tudo é que faz a diferença. E esse é o “modo Raquel de ser”! Com ela, impossível não aprender.  Senão o conteúdo inteiro, frases inesquecíveis do tipo: “a repetição leva à perfeição” ou " para aprender, tem que fazer" - essas ficarão para sempre!

  O que dizer de uma professora que considera dar aulas de Português como “fazer mágicas”, que trata seus alunos por “príncipes e princesas” e que faz do tablado da sal de aula um “verdadeiro palco”? “Uma artista”? Com toda certeza: uma artista das Letras! E letras, quando se somam, tornam-se palavras, frases, orações, versos, poesias, contos, prosa e muita história.

História é o que não falta nas aulas da Raquel! Ela mesma se auto-intitula “hiperativa” e diz coisas que não dá pra gente não dizer: “é maluquinha!”. Só existem duas coisas que diminuem um pouco sua alta-rotação: o ar condicionado desligado ou lembrar que está com fome... aí para tudo!!! “Mocinhos, tá quente demais isso aqui, num tá não?”. “Fico até sem ar, vocês perceberam?” E completa: “Tô lerda, né benzinho? É que comi 04 pedaços de frango no almoço hoje.” Ou então: “Nó florzinha, tô com uma fome, tô até mole!”... Mas tudo se resolve quando o moço liga o ar bem gelado e “qualquer florzinha” oferece a ela um chocolate: o sorriso é igualzinho ao de uma criança que ganha um pirulito e a satisfação ídem. Prontinho! Aí acelera a Raquel de novo: emenda uma oração na outra, engole letras, dispara a fazer setinhas entre sujeito e predicado e pergunta: “Tô correndo, gente?” E a turma inteira diz: “táaaaa...” Ela dá uma viradinha: “Ah, era só pra ver se vocês estavam acordados!” E com o jeitinho que é só dela de resolver qualquer situação, enche o quadro de exercícios: “Para casa, viu mocinhos, e quem não fizer tudo direitinho vai perder ponto ... tem que trazer tudo lindo pra tia, senão vai ter dor de barriga, viu?”. E é assim que a gente aprende, e nem vê o tempo passar! Em sala de aula, mostra-se generosa e afetuosa para com a maioria dos alunos – é  que tem os que não se deixam aproximar de forma alguma, e esses ela respeita. Sempre tenta instigar um ou outro ao raciocínio, ou aponta, querendo saber se está todo mundo aprendendo mesmo: “Você aí, Flor de Liz, entendeu direitinho?” “E você, o de camisa vermelha, como é mesmo seu nome, benzinho? Tudo certinho? Então tá Príncipe demais!”
   Naquele espaço cênico ela faz de tudo: fica na ponta dos pés e faz verdadeiros movimentos de “bailarina” as pernas - parênteses: quando põe sapato alto, tanto faz que tira o salto, e depois se explica: “ah, entendi porque que eu tava estranha, florzinha; nossa, agora eu tô princesa, que alívio” - faz “malabarismos”, ficando de joelhos em cima da cadeira que ela põe bem no centro do palco; maneja o microfone e os pincéis numa desenvoltura de “equilibrista”... e às vezes solta um palavrão qualquer, mas diz que é “porque não tem mãe não.”
Raquel é leonina. Cabelos ao vento, prefere estar sem lenço e documento: vai se despindo de acessórios quando os coloca, até ficar bem à vontade; senso de humor daqueles! Sobram-lhe criatividade e teatralidade.

Com um sorriso franco e uma "aura iluminada", é bastante receptiva e comunicativa. Não esquece de falar que “R” é a letra mais bonita do alfabeto, todas as vezes que citar a letra “R”. Auto-estima bem trabalhada, tem pelo menos duas semanas que está nos avisando do seu aniversário: “vou fazer trinta, viu florzinha?” Ela é assim: possuidora de uma maravilhosa capacidade de apreciar a vida numa boa, rindo e brincando, ou cantando: "deixa a vida me levar"... Ao dar exemplos, sempre cita “as tiradas” da Heleninha, sua filhota, linda e levadinha, “só não sei a quem puxou”...

   Mas continuando, “agora conta uma coisinha aqui pra tia”... E faz que faz perguntas – uma atrás da outra - e responde todas as dúvidas também: "as damas primeiro" - "peraí, isso você vai esperar que daqui um cadiquinho   eu explico melhor, viu Flor de Magnólia?" 
Não tente sair da aula despercebidamente, ou chegar depois que a aula começou - ela não vai deixar passar “de liso”: “ Uai florzinha, onde você vai?” “Nossa, chegando agora, onde você tava benzinho?” Coisa mais difícil é vê-la nervosa ou perdendo a paciência. A sua autoconfiança lhe possibilita uma harmonia de atitudes do começo ao fim da aula - imprevistos à parte. Mas de uma coisa pode-se ter a certeza, a “mulher leoa” é autêntica e marca presença: o que se vê é o que se leva! A Raquel não é diferente! Português pra mim é coisa muito séria, e depois que conheci a Raquel, Português também começa com a letra “R”!

Parabéns Raquel!!!

Com muito carinho, da aluna
Cláudia Fagundes.


Um comentário:

  1. Parabéns! Cláudia Fagundes.
    A descrição que você fez da Raquel foi perfeita!!!!
    Ao ler, parecia que estava ouvindo a voz da Raquel.
    Ela é mesmo uma florzinha!!!

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