sexta-feira, 30 de setembro de 2011

TAUTOLOGIA - O que vem a ser isso?

Você sabe o que é TAUTOLOGIA?

Em filosofia e outras áreas das ciências humanas, diz-se que um argumento é tautológico quando se explica por ele próprio, às vezes redundante ou falaciosamente. Por exemplo, dizer que "o mar é azul porque reflete a cor do céu e o céu é azul por causa do mar" é uma afirmativa tautológica. Um exemplo de dito popular tautológico é "tudo o que é demais sobra".
Em Raciocíno Lógico, quando uma proposição composta é sempre verdadeira, então teremos também uma tautologia.
Em matéria de bom Português, tautologia é o termo usado para definir um vício de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. Pode ser considerada um sinônimo de pleonasmo ou redundância. O exemplo clássico é o famoso ' subir para cima ' ou  ' descer para baixo ' . Mas há vários outros, como podemos ver na lista a seguir: 

- acabamento final
- certeza absoluta
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo 
todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planejar antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito
eu pessoalmente 


Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, ' surpresa inesperada '. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não! Fiquemos atentos à sua utilização no dia-a-dia, lembrando que
em Português a tautologia é tida como “erro” ou vício de linguagem, mas em Raciocínio Lógico, não se prova uma tautologia sem a “repetição” de dois argumentos verdadeiros, ou seja, “cada um no seu quadrado”. Valeu???

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Coitada da PREPOSIÇÃO!

Coitada da preposição! Como é maltratada! Quando não é mal usada, é esquecida. Senão, vejamos:
Em nossas rádios, é frequente ouvirmos:
“Esta é a música que o povo gosta.”
 Ora, se quem gosta gosta de alguma coisa, o certo é: “Esta é a música de que o povo gosta.” Se você achou estranho ou feio, há outra opção:
“Esta é música da qual o povo gosta.”
Você decide qual pronome relativo vai usar, mas, por favor,  não esqueça a preposição.
Erro semelhante ocorre num anúncio de uma famosa marca mundial:
“Esta é a marca que o mundo confia.”
Eu até perdi a confiança... A regência do verbo CONFIAR exige a preposição em.
O certo é: “Esta é a marca em que o mundo confia.”
Outro exemplo errado e que ocorre muito em cartas comerciais e em e-mails:
“Segue anexo o documento que você se refere em seu último contato.”
O verbo REFERIR-SE pede a preposição a.
O certo é: “Segue anexo o documento a que você se refere em seu último contato.”
Quer ver mais? “E o Flamengo acabou perdendo o gol que tanto precisava.”
Pelo visto, não precisava tanto, ou o gol seria ilegal. Se quem precisa precisa de alguma coisa, o certo é: “E o Flamengo acabou perdendo o gol de que tanto precisava.”

DICA:
Se você quer saber se deve usar preposição antes dos pronomes relativos, aplique o seguinte “macete”:
“Esta é a quantia ___ que dispomos para o investimento.”
Todo pronome relativo (=que) tem um antecedente (=quantia).
Ponha o antecedente no fim da oração seguinte (=que dispomos para o investimento) > “…que dispomos DA QUANTIA para o investimento” (=você descobriu a preposição DE )
Ponha a preposição (=DE) antes do pronome relativo:
“Esta é a quantia de que dispomos para o investimento.”

Vamos testar o “macete” em outros exemplos:

“Isto só ocorre nesta sociedade ___ que vivemos.”
Pronome relativo = QUE; antecedente = sociedade;
“…vivemos NA SOCIEDADE.” (preposição = EM);
“Isto só ocorre nesta sociedade EM QUE vivemos.”

“O fato ___ que fizemos alusão não é recente.”
Pronome relativo = QUE; antecedente =  o fato;
“…fizemos alusão AO FATO.” (preposição = A )
“O fato A QUE fizemos alusão é recente.”

“Os dados ___ contamos são insuficientes.”
Pronome relativo = QUE; antecedente = os dados;
“…contamos COM OS DADOS.” (preposição = COM);
“Os dados COM QUE contamos são insuficientes.”

“Aqui está o livro ___ que compramos ontem.”
Pronome relativo = QUE; antecedente = o livro;
“…compramos ontem O LIVRO.” (sem preposição);
“Aqui está o livro QUE compramos ontem.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Contos meus...

" Flor-Feiticeira "
Flor que estavas perdida no vento,
mensageira errante vinda de longe,
entra que a porta está aberta,
entra e faz sua estreia, que chegou a primavera!
Traz os poemas todos escondidos em suas pétalas,
traz as cores mais vivas e tua alegria que eu já pensava perdida...
Flor d'aurora, lírio do campo, sempre-viva, girassol lunar, buquê de rosas, sedução e encanto, vem logo arrebatar meu pranto; 

vem sorrindo, pois sabes que te espero tanto!
Descubro-te oculta - sei que ainda procuras teu jardim – pois que teu cheiro emana o prazer da primavera inteira: és "flor-feiticeira".
Doce flor dos meus sonhos, dos dias que ainda virão, acompanha  minhas horas vindouras: aninha-te no crepúsculo da tarde, exala teu olor na aurora que rompe a madrugada, é que é chegada a tua hora também...
Flor que viajaste despida de corpo, trazendo contigo a vida apenas na forma de essência, tu retratas a mais linda estação e traduzes amores e perfumas paixões... Não há mais o que esconder; teu mistério que arrastou o frio do inverno, que fez o outono fugir na última ventania, que abrandou um turbilhão de emoções, que, enfim, aquietou-me, repousando num cantinho do meu coração, tornou-se espelho do jardim inteiro: É PRIMAVERA!
                             
                                                                                                                                                 Por Cau Fagundes



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Permanente e o Provisório...

O casamento é permanente, o namoro é provisório...
O amor é permanente, a paixão é provisória...
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório...
Um endereço é permanente, uma estada é provisória...
A arte é permanente, a tendência é provisória...
De acordo? Nem eu!!!

Um casamento que durou 20 anos foi provisório. Vejam só, 20 anos, uma vida, mas acabou. Durante os 20 anos que perdurou eu poderia pensar que seria eterno, mas, a partir do momento que se findou, é passado, aconteceu durante algum tempo, foi provisório:  é interessantíssimo perceber nessa “análise pontual” como os modos dos verbos são definidores do tempo das coisas, do dia-a-dia...

“Não somos repetições de nós mesmos; a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.
Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos; e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire.
Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.” 
                        (Martha Medeiros com adaptações de Cláudia Fagundes)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

E você? Entende de Gente???

O SEGREDO DE RAUL

Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal.  Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade.  Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio.

Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho.
 
Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim.

Já o Raul nem dava palpite.  Ficava ali num canto,
 dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena.  Qualquer coisa que o Pena precisasse o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.

Deu no que deu.  O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma.
 
E o resto de nós passou meio na carona do Pena que além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.

No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de 'paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino'. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo.
 Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos.

E quem era o chefe do Pena? O Raul. 
E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? 
Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema?  Era só falar com o Raul que o Raul dava um  jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano.  Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa.
  Quando conversou comigo,
o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz,
 o mais burrinho já tinha sido astronauta.

E eu perguntei ao Raul qual era a função dele.  Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta.
 O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém  precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de Recursos Humanos  da empresa do Raul.
 E ele me contou que o Raul tinha uma  habilidade de valor inestimável: Ele entendia de gente!

Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor e fossem mais produtivos. E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: 'Qualquer tolo pode pintar um quadro,  mas só um gênio consegue vendê-lo'.

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio.
 Essa era a principal competência dele.

'Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos.
 
Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes.' 

                                                                                            De Max Gehringer

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Estava escrevendo um texto e, de repente, a grande dúvida:"A meu ver ou Ao meu ver"? Esclareci tudinho, pois uso muito essa expressão! Vamos ver como é que é?

1) A referida expressão tem o significado de no meu conceitona minha opiniãosegundo penso. Ex.: "A proposta do diretor, a meu ver, não faz sentido".

2) É verdade que, numa rápida pesquisa, os exemplos encontrados nos bons autores, gramáticos e dicionaristas apontam para um só emprego: a meu ver, e não ao meu ver. Exs.:
I) "Isso, a meu ver, é asneira" (Cândido de Figueiredo)1;

II) "A meu ver, ele é honesto" (Antônio Houaiss).2
3) Ocorre, porém, que, em nosso idioma, os pronomes possessivos, tradicionalmente, admitem de modo facultativo o emprego do artigo antes de si. Exs.:
a) "Meu trabalho é cansativo" (correto);

b) "O meu trabalho é cansativo" (correto);

c) "Ele pintou nossa casa" (correto);

d) "Ele pintou a nossa casa"(correto).
4) Sendo optativo o emprego do pronome possessivo em tais casos, à falta de regra gramatical específica que diga o contrário, não parece haver motivo para tratar diferentemente as expressões a meu ver ao meu ver, de modo que são igualmente corretos os seguintes exemplos:
a) "A proposta do diretor, a meu ver, não faz sentido";

b) "A proposta do diretor, ao meu ver, não faz sentido".
5) O acerto dessa dupla possibilidade de uso se confirma, quando se nota a mesma ocorrência em outra expressão bastante similar, com dois modos corretos de emprego:
I) "Em meu modo de ver, a proposta do diretor não faz sentido";

II) "No meu modo de ver, a proposta do diretor não faz sentido".
_______

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sexta poética...

Nesta noite lia algumas coisas de Drummond...
Sou uma apaixonada e por isso mesmo tenho sempre na cabeceira. É incrível como algumas palavras tomam novas formas de acordo com o momento em que vivemos. Aliás, essa é, a meu ver, a beleza infindável da poesia: ela torna-se significativa no momento certo e pelos motivos mais diversos e nunca se esgota!
De minhas leituras, compartilho com vocês, nesta sexta-feira meio cinza e fria, o vigor do amor de Drummond, desejando a todos um fim de semana “cheio de calor de amor”!
Beijinhos,
Cau.

domingo, 11 de setembro de 2011

O mês é dos virginianos, mas o texto é para todos os virgens...

“Os virgens”

(...) Quando falamos em virgindade, logo pensamos em sexo, e a partir do dia que o experimentamos, o mundo parece perder seu mistério maior. Não somos mais virgens! Que grande ilusão de maturidade.

Virgindade é um conceito um tanto mais elástico...
 Somos virgens antes de voltar sozinhos do colégio pela primeira vez. Somos virgens antes do primeiro gole de vinho. Somos virgens antes de ver Paris, somos virgens antes do primeiro salário. E podemos já estar transando há anos e permanecermos virgens diante de um novo amor.

Por mais que já tenhamos amado e odiado, por mais que tenhamos sido rejeitados, descartados, seduzidos, conquistados, não há experiência amorosa que se repita, pois são variadas as nossas paixões e diferentes
as nossas etapas, e tudo isso nos torna novatos.

As dores, também elas, nos pegam despreparados. A dor de perder um amigo não é a mesma de perder um carro num assalto, que por sua vez não é a mesma de perder a oportunidade de se declarar para alguém, que por outro lado difere da dor de perder o emprego. Somos sempre surpreendidos pelo que ainda não foi vivido.

Mesmo no sexo, somos virgens diante de um novo cheiro, de um novo beijo, de um fetiche ainda não realizado. Se ainda não usamos uma lingerie vermelha, se ainda não fizemos amor dentro do mar, se ainda cultivamos alguns tabus - que espécie de sabe-tudo somos nós?

Eu ainda sou virgem da neve, que já vi estática em cima das montanhas, mas nunca vi cair. Sou virgem do Canadá, da Turquia, da Polinésia. Sou virgem de helicóptero, Jack Daniels, revólver, análise, transa em elevador, LSD, Harley Davidson, cirurgia plástica, rafting, show do Lenny Kravitz e passeata.
A virgindade existencial nos acompanha até o fim dos nossos dias, especialmente no último, pois somos todos castos frente à morte, nossa derradeira experiência inédita. Enquanto ela não chega, é bom aproveitar cada minuto dessa nossa inocência frente ao desconhecido, pois é uma aventura tão excitante quanto o sexo e não tem idade para acontecer.
                                                                                        Martha Medeiros

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"Cargos Públicos: os números para 2012."

141 mil novos cargos públicos previstos para 2012

A proposta de Orçamento da União enviada ao CongressNacional para 2012 revela a criação de 141 mil  novos postos de trabalho para o ano que vem. O número representa um aumento de 457% em relação a 2011 e cria expectativas para os concursandos que passaram por períodos de descrença no ano de 2011- que votaram em Dilma pela continuidade dos concursos e assistiram à suspensão dos certames públicos.
Pela proposta enviada para o Congresso, a maior concentração de cargos novos está no Poder Executivo. Serão 136.795 cargos. Para o Judiciário, serão criados 3.699 cargos, além de 576, para o Ministério Público da União e 72, para o Legislativo. Nesta contabilidade não estão computados os cargos criados em 2011 e ainda não providos como para o Senado Federal, para as AgênciasReguladoras do Petróleo, da Saúde e das Águas e inúmeros outros. Estas vagas estão em aberto e aguardam a liberação do Ministério do Planejamento para o provimento efetivo.
Lei Orçamentária de 2012 prevê a contratação de 57.159 pessoas entre aprovados que aguardam a nomeação, novos concursados e comissionados, o que levará a despesa com pessoal a ordem de R$ 1,9 milhões.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, informou que serão respeitadas as prioridades, especialmente pelo contexto internacional de crise, momento em que os gastos necessitam ser contidos. A prioridade é para a substituição dos aposentados que, nos próximos anos, somarão 40% do efetivo atual. "Estão previstos recursos para contratação em áreas fundamentais, no plano Brasil Maior", detalhou a ministra, em entrevista ao Correio Braziliense. Entre as prioridades também estão o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, o Ministério daEducação e o Tribunal de Contas da União.
Em 2012, a previsão é de que sejam criadas 94.032 vagas para o Ministério da Educação - que representam 68,7% do total de cargos estimados para o Executivo. "Esse pessoal vai permitir a expansão da estrutura de atendimento. Precisamos de recursos humanos para atender, por exemplo, aos projetos de expansão das escolas técnicas e das universidades federais", informou a Assessoria do MEC.
Na proposta de Lei Orçamentária Anual consta o seguinte número de vagas:
Poder Judiciário
Justiça Federal - 263
Justiça Militar da União - 2
Justiça do Trabalho - 2.741
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios - 693
Total - 3.699
Poder Executivo
Ministério da Justiça - 244
Ministério da Integração Nacional, Sudene, Sudam e Dnit - 172
Ministério da Defesa - 100
Ministério do Esporte - 24
Diversos ministérios - 2.190
Ministério da Saúde - 118
Presidência da República - 98
Ministérios da Fazenda e da Integração Nacional e Banco Central - 36
Agências reguladoras - 400
Comissão Nacional da Verdade * 14
Ministério da Ciência e Tecnologia - 83
Ministério das Relações Exteriores - 1.293
Advocacia-Geral da União - 560
Ministério do Desenvolvimento - 488
Secretaria de Micro e Pequena Empresa * 68
Ministério da Educação - 94.032
Exército - 29.358
Universidade Federal da Bahia - 1.261
Universidade Federal da Região do Cariri - 1.213
Universidade Federal do Sul da Bahia - 1.755
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - 1.657
Diversos - 789
Substituição de terceirizados - 842
Total - 136.795
Total geral - 141.142
(*) Órgãos a serem criados
                                                                               Fonte: Site IG Concursos

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

"Quando entrar Setembro..."

Setembro! Feriadão plantado no meio da semana sugere uma pausa para reflexão: um misto de razão e emoção, tantos momentos "de peso" a levar em conta - preciso pesar a vida (?)- coloco tudo na balança, coisa típica de libriana, enfim, qual o balanço a fazer? Nove meses decorridos até aqui – “uma gestação” - o ano já rendeu tempo suficiente para se ter um filho e eu não consigo ver o que concebi... O ano está muito perto do fim e o que se pode dizer da colheita? Afinal é quase primavera...
“Sol de Primavera”, a lúdica música (do poeta da minha terra) diz “quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos...”. Tá certo que acabei de chegar de uma viagem relaxante à praia, e com as bênçãos de Nossa Senhora D’Ajuda só um dia foi de chuva – alma lavada pelo mar, energia recarregada pelo sol, tudo de bom; mas foi chegar e o filme recomeçar: ansiedade máxima! Tenho vivido assim, como se os desafios pudessem até transformar a minha vida numa panela de pressão, prestes a explodir...
Cada época tem a ansiedade que nela depositamos, e a do meu tempo, deste exato momento, é intensa e “temperada” por necessidades várias: quase me perco em meio a informações demais, apelos de realizações demais, sonhos de consumo demais, desafios demais. Percebo que ao invés de me sucumbir a isso tudo, é urgente mudar o tic-tac do meu relógio; é preciso tentar viver as “boas novas”, como diz a música...
Mas, tente imaginar a cena: minha mesa de “trabalho” lotada de livros, apostilas, cadernos, pastas de documentos; minha caixa de e-mails não menos lotada – 03 solicitações de amigos pelo facebook ; na página do IG, onde tento por as notícias em dia, Juliana Paes exibe um corpão escultural pós-gravidez, num ensaio de lingerie – devo ter voltado com pelo menos 02 kilos a mais da viagem à praia . Meu marido chega em casa certo de que haverá algo para o jantar, mas, ao tentar por a casa em ordem, esqueci de fazer supermercado – geladeira vazia – vamos de pão de queijo no improviso; meu filho chega deprimido do colégio, perdeu média em matemática; o outro tá triste, brigou com a namorada. A tela do Meritus online me espera para cumprir a meta diária de estudos que ainda está pela metade...Vai ficar na espera, preciso conversar com meus filhos!
Hoje, todas somos excessivamente estimuladas com demandas. Se não tomarmos cuidado, acabamos espremidas feito laranja. O desempenho das tarefas cotidianas, o bem-estar, o trabalho – que no meu caso é a luta por ele – as relações sociais, tudo fica comprometido. E aí, sem que percebamos , começam a aparecer os sintomas: insônia, dores de cabeça, palpitações, medos, tonturas, falta de ar...
Ar, preciso de ar! Todos os dias digo que vou  me matricular numa academia para driblar a tal ansiedade e não me deixar paralisar por ela. E lá se vai o Setembro, e nada de academia. Será que o tempo só atropela meus dias? Família! Minha irmã acaba de ligar chateadíssima que cheguei de viagem e não liguei pra ela..."quando vamos nos encontrar? será que moramos mesmo na mesma cidade?
“Sol de primavera, abre as janelas do meu peito, a lição sabemos de cor, só nos resta aprender.”

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Miss Imperfeita"

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.  Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer  como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou. Trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado,  decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido , telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e- mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam  milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.  Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.  Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.  Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.  Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo...
Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias. Cinco dias!
Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar. Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que se não for super, se não for mega, se não for uma executiva  ISO 9000, não será bem avaliada.Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.  Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que  se lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão vira escravidão - a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.  E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.”

                (Martha Medeiros - Jornalista e escritora - Revista do Jornal O Globo)