sábado, 18 de fevereiro de 2012

Entre metáforas e metonímias, trago também minha "alegoria" de Carnaval - gramaticalmente falando - , desejando uma boa folia pra quem é de folia!

A Império Serrano na “apoteose” do Carnaval do Rio de Janeiro, alguns anos atrás, incendiava a Marquês de Sapucaí com o refrão “Bumbum paticumbum prugurundum, o nosso samba minha gente é isso aí, é isso aí... Bumbum...”
Opa, a Império incendiava a Marquês? Rafaela, socorro!!! Ainda ontem, estava tudinho entendido – na sua também “apoteótica” aula de final do curso preparatório pro TJ – metáforas, metonímias, paradoxos, antíteses, eufemismos, hipérboles, ironias, alegorias.
Ah, alegorias! Essas não poderiam faltar de forma alguma – é, você deixou bem claro, desta vez, não se deixaria de lembrá-las, não é Rafaela? Afinal, “é Carnaval, é folia, nesse dia..." é só alegria; é toda a energia que, acumulada e contida por tantos motivos, neste dia pode ser extravasada; é fantasia, muita fantasia, pura fantasia: é alegoria!
Então eu dizia que a Império incendiava a Marquês... É aqui que tento fazer valer os ensinamentos da Mestra e ouso encontrar figuras de linguagem, “nesse fogo todo”. Bom, a Império é a Escola de Samba Império Serrano – uma troca lógica, que pressupõe conhecimento prévio, ou seja, uma metonímia. Quem nesse Brasilzão de meu Deus não gosta de samba e não saberia que Império é nome de uma famosa escola de samba do Rio de Janeiro? Continuando, a Marquês é a (tão famosa quanto a Império Serrano) Avenida Marquês de Sapucaí – outra troca lógica, mais uma metonímia.
Mas a Império incendiava a Marquês? Não, ela não ateou fogo e pôs fim no “maior espetáculo da terra brasilis” - louvado seja Deus e todos os santos dos apaixonados pelo fogo ardente do Carnaval. O que aconteceu foi a construção de uma bela metáfora, no sentido de que a Império deixava todos “inflamados, excitados, afogueados” ao reverenciarem, euforicamente, um verdadeiro espetáculo!  
E a tal alegoria? A que me referi lá no início? Não posso deixar de falar dela – a Rafaela ficou muito triste, tão triste que nem dormiu; pois num tal concurso foi a danada que pediram, a própria. Agora ninguém erra mais, nem pensar que alegoria é só enfeite de Carnaval! Como assim? É só voltar, então, ao “calor” do samba-enredo da Império: “En...fei...tei meu coração de confete e serpentina/ Minha mente se fez menina num mundo de recordação/ Abracei a coroa imperial, fiz meu carnaval, /extravasando toda a minha emoção/ Óh, praça onze, tu és imortal, teus braços embalaram o samba,/ a sua apoteose é triunfal...

Queridos blogueses e bloguesas, "carnavalescos do meu coração", tem como eu enfeitar meu coração de confete e serpentina? Minha mente se fazer de menina? Eu abraçar a coroa imperial? A Praça Onze ser imortal e embalar com seus braços o samba??? Só na imaginação, não é? Ou, sendo mais gramatical, isso só é possível no sentido conotativo, figurado, literário, METAFÓRICO! Posso chegar, enfim, no conceito de alegoria: são muitas metáforas juntas, num contexto só, numa mesma informação  – que, neste caso, é a parte do samba que acabei de “cantar” – Isso é ALEGORIA!

Caríssima Rafaela, será que entendi o que você quis passar? Se for perto disso, fico feliz e sigo “cantando” porque Português pra mim é uma festa só, e é tão encantador quanto o Carnaval o é para o maior “amante do samba no pé”.
Agradeço muito por contribuir para o meu processo de “aprendiz-feliz da norma culta”... Agora, deixa eu seguir que “é carnaval, é folia, neste dia ninguém chora...” Chorar, por quê? São 05 dias de “folia” garantida - com os livros é claro, pois o objetivo é o TJ! O destino? Esse a Deus pertence e “quem sabe faz a hora”... Ops, se o tema era Carnaval, não poderia terminar com Vandré. Fica aqui o início do próximo... Até!!!

Cláudia Fagundes.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

" Minha Pátria é a Língua Portuguesa " - Repetindo a "chamada" do Bloguesa aos que me apresentei agora, conforme prometido!

           É com imenso prazer que venho compartilhar com vocês o "Bloguesa" ! Por que Bloguesa? De forma totalmente instintiva, trocando e-mails com um grupo de colegas do cursinho - Aninha, Silvana e Naíme - brincando com o que aprendíamos nas aulas de Português - créditos merecidos à Professora Renata Maia, que nos abrilhantou com suas aulas "incorrigíveis" de Gramática Normativa - assim, naturalmente, ousando corrigir os "pequenos deslizes"  cometidos pelas meninas, num "arroubo de paixão" pela nossa língua pátria, tive a ideia de criar um Blog que falasse dela: a Língua Portuguesa. Por isso, Bloguesa! É claro que elas, que de colegas passaram a "amigas especiais", me deram a maior força...
      Tudo começou no início deste ano, quando me matriculei no Meritus, curso preparatório para Concursos. Tomada de decisão dessas de mudança de rumo, novos projetos de vida colocados em prática e uma importante meta estabelecida: passar num concurso público, nos próximos 02 anos, no máximo! Desde então, algo que estava adormecido, bastou ser remexido, voltou com energia total, "visceral"! O tal gosto pelo Português: um encantamento nato! Sempre tive  uma atração pelas palavras, algumas em especial, como: saudade; abnegação; altruismo; intensidade. São tantas! Assim mesmo, soltas, desconexas, ou em orações bem estruturadas, contextualizadas! Adoro ler, amo escrever - e o faço com certa facilidade - falar então... gosto de me fazer comunicar, de maneira a ser útil, agregar valor! Compartilhar ideias, trocar informações, falar e escutar, discutir temas importantes, analisar situações rotineiras, isso tudo é COMUNICAÇÃO! E talvez seja este um dos meus maiores objetivos quando me proponho a criar o Bloguesa: Comunicar!
   Defendo a boa leitura como imprescindível para aquisição de conhecimento. Para muitos, ler é um hobbie, um prazer - tanto melhor! Mais do que divertido, acredito na leitura como fonte fundamental de aprendizado da língua portuguesa: para que se possa escrevê-la de maneira correta e, ao falar, se expressar de modo preciso e adequado. Ao adquirir um vocabulário mais rico, que se faz com a prática da leitura, você vai se apropriando da linguagem, cria gosto pela língua e uma coisa leva a outra... Bom, acredito que nunca é tarde para começar a aprimorar-se culturalmente - acho que sou um bom exemplo disso! Então, será este meu ponto de partida: um convite à imensidão das Letras e aos desafios da nossa Língua Portuguesa! Quanto a você, se quiser embarcar nessa aventura comigo, vai gostar da viagem, com certeza!!! 
                     Abraços,
              Cláudia Fagundes. 
          

sábado, 11 de fevereiro de 2012

E se ontem foi dia branco, hoje estou no momento mulher "cor de rosa choque"; nunca senti tão na pele as verdades deste texto que aí vai, como agora: tão mulher, tão real e, contudo, tão imperfeita! Bjos amores e um ótimo domingo!!!

Se eu tivesse que escolher uma palavra – apenas uma – para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: descomplicar.
Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho. Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos – e
merecemos – ter.
Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano. E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma “caipivodka” de morango e repetir as
histórias que já nos contamos mil vezes – isso, sim, faz bem para a pele. Para a alma, então, nem se fala. Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.
E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio. Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia – não importa – e a ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é
preciso.
Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. Não há creme anti-idade nem "botox" que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela
amiga engraçada – faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.
Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.
Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza. Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir. Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.
E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar. Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu. Sonhe até que aconteça. E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.
E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a
palavra perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil. Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas
são mulheres livres. Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.
                                          Leila Ferreira (Jornalista e escritora)


OBS: Desculpem se já postei esse texto antes, mas no momento, no meu momento, no dia de hoje, precisava compartilhá-lo com vocês... Beijinho.