segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Segunda de Saudades...

A idade de ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz.
Somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los, a despeito de todas as dificuldade e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores.
Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE, também conhecida como AGORA ou JÁ e tem a duração do instante que passa...  
                                                                                                                                                       Mário Quintana

Sejam sempre felizes meus queridos!!! Beijos e saudades!
Cau  Fagundes
PS: É que ando estudando muito e pra valer!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

“BBB”: VEJAM COM QUE CLASSE O VERÍSSIMO “DESCASCOU ESSE ABACAXI”!

E A GLOBO AINDA TEM A CORAGEM DE IMPINGIR ESSE “LIXO” SEMPRE ANTES  DAS MINI-SÉRIES, SUAS PRODUÇÕES “UM POUCO MAIS CAPRICHADAS” E QUE  ACABAM SENDO EXIBIDAS LÁ PELA UMA DA MADRUGADA... SÓ PODE SER DE GOZAÇÃO! DESCULPEM-ME OS QUE GOSTAM, MAS, ENDOSSANDO O TEXTO DO VERÍSSIMO, FICA AQUI MINHA INDIGNAÇÃO!

 Luis Fernando Veríssimo 
É cronista e escritor brasileiro
  “Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB  é a pura e suprema banalização do sexo. 
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB  é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
 Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


 Lya Luft  

 Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo . Era um bate-papo com uma plateia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.  E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi. 
 Foi um momento inesquecível... 
A plateia inteira fez um 'oooohhhh' de descrédito. 
Aí fiquei pensando: 'estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?'

Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas. 
Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.
 A fonte da juventude chama-se "mudança".
 De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. 
A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas. 
Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos. 
Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. 
Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. 
Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. 

Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional...

Antes de se tomar uma decisão difícil e,  durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. 
 Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. 
 Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. 
 Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Olhe-se no espelho...

Lya Luft - (Escritora e Tradutora) 

domingo, 8 de janeiro de 2012

Danuza Leão e a mulher ageless.

Escritora dá entrevista exclusiva para o iG e fala sobre simplicidade, autoestima, amor e seu novo livro: “É Tudo tão Simples”.
                                                                                        Danielle Nordi, iG São Paulo 07/01/2012
"Saio para andar e faço pilates todo dia. Não entro nessa coisa de vitaminas radicais. Já dei uma espichada na minha cara, mas agora chega."

Ela frequentava as melhores festas do Rio de Janeiro, conheceu personalidades nacionais e internacionais e presenciou o início da bossa nova no seu apartamento, junto com a irmã Nara Leão. Mas toda essa badalação ficou no passado da escritora Danuza Leão. “Na verdade, eu vejo hoje em dia que ia a festas para procurar um namorado. Aliás, se não for por isso, para que ir a uma festa?”, confessa, bem-humorada.
Atualmente bastante reclusa em sua casa, Danuza leva uma vida mais simples. Em entrevista ao iG, ela conta que simplificar sua rotina tornou-a uma mulher mais feliz. “Antigamente eu era um pouco tonta. Queria aparecer. Colocava o vestido mais lindo que tinha e ia para uma festa disposta a arrasar. Não vivo mais para isso. Estou mais feliz.” Leia a seguir a entrevista exclusiva com a escritora. 
iG: No seu livro mais recente, “É Tudo Tão Simples” (Ed. Nova Fronteira), você diz que escreveu para uma mulher ageless (em tradução livre seria uma mulher sem idade). Quem é essa mulher?
Danuza: É mais ou menos assim: a mulher tem três fases. Na primeira é gatinha, uma garota. Na segunda tem mais liberdade e sabe que muita coisa ainda pode acontecer na sua vida, inclusive o amor. E na última ela desiste disso tudo. A mulher da segunda etapa é a mulher ageless. Você não a define nem como uma gatinha nem como uma senhora. Tudo pode acontecer com ela. É a mulher que vai ao jornaleiro e ele a chama de “você”, e não de “senhora” independente da idade que ela tenha.

iG: E em matéria de amor, como está a sua vida?
Danuza: Parei de procurar. Na verdade eu vejo hoje em dia que eu ia a festas para procurar um namorado. Se não for por isso, aliás, para que ir a uma festa? E é uma perda de tempo, até porque você não vai arrumar ninguém indo às mesmas festas, sempre com as mesmas pessoas. Mas acho muito difícil que o amor aconteça na minha vida.

iG: A autoestima melhora quando se está na fase ageless? 
Danuza: Só posso dizer por mim. Acho que está um pouco melhor. Antigamente eu era um pouco tonta. Queria aparecer. Colocava o vestido mais lindo que tinha e ia para uma festa disposta a arrasar. Não vivo mais para isso. Estou mais feliz. Vejo que não é importante, não traz felicidade. Aliás, há muito tempo não vou a festas e pretendo continuar assim. Só vou eventualmente quando tem a ver com meu trabalho. Não vou a jantares também. Quero sair com amigos, às vezes, sentar, dar risada e falar o que passar pela cabeça.

iG: Ser ageless é ter mais liberdade, menos amarras?
Danuza: Falo só por mim e eu nunca tive muitas amarras, sempre fui livre.

iG: Nos últimos anos o que mudou nos seus cuidados consigo mesma?
Danuza: Eu cuido razoavelmente bem da minha saúde. Saio para andar e faço pilates todo dia. Não entro nessa coisa de vitaminas radicais. Já dei uma espichada na minha cara, mas agora chega. Evidentemente se surgir alguma coisa milagrosa, claro que posso mudar de ideia. Não estou morta.

iG: Tem medo da velhice ou da morte?
Danuza: Que velhice? (risos).

iG: No livro, você fala sobre simplificar algumas coisas na vida cotidiana. Que atitudes tornaram a sua vida mais simples?
Danuza: Começou por acaso. Um amigo me disse: “Danuza, você tem carro ainda?”. Eu, claro, respondi que não tinha como ficar sem carro. Tinha carro desde que me entendia por gente. Mas tomei coragem e vendi o carro. E foi a melhor coisa que fiz nos últimos anos. Só tive alegrias. Sabe todas as coisas péssimas que o carro traz? De repente eu não tinha mais nada disso. Eu costumava pegar o carro para andar três quarteirões. Era um vício. E aí toda a história de simplificar começou a vir pouco a pouco. Eu morava em um apartamento maior e tinha muito lugar para as coisas. Comprava e tinha onde guardar, por isso não me desfazia de nada. Um dia resolvi me mudar para um lugar menor, onde não cabia nada. Vi que precisava começar a ter menos coisas.

iG: Desfazer-se das coisas que acompanhavam você foi uma decisão fácil?
Danuza: Foi difícil, mas eu não usava aquelas coisas. Eu tinha um monte de roupa que não usava ou porque não estavam mais na moda ou porque meu corpo tinha mudado. Não que eu tivesse engordado, mas o corpo vai mudando. Pode ser que eu emagreça ou que a moda volte, a gente pensa. E isso não só não aconteceu, como não iria acontecer nunca. Comecei a tirar tudo da minha vida e vejo que agora isso se tornou quase uma mania. Recentemente fui para São Paulo e levei uma sacola para minha neta, Rita, cheia de coisas legais que ainda me serviam. Mas eu não preciso daquelas coisas. Você tem que saber que tipo de vida leva. Teve um tempo que eu saía muito, mas agora eu saio muito pouco. Não preciso de tantas roupas. As necessidades mudam e você muda junto com elas.

iG: E coisas que não são materiais? Você também se desfez de alguns hábitos?
Danuza: É tão banal e tão simples o que vou dizer: não quero mais perder tempo na minha vida. Só quero fazer o que eu gosto. Só quero me dar com pessoas que me entendem muito, que quando eu disser algum absurdo vão dar risada. Não quero explicar mais nada na minha vida. A receita é simples: você guarda os amigos que te entendem perfeitamente, esses são poucos, e os outros amigos você deixa para ver uma vez a cada seis meses. Isso eu fiz.

iG: Seu trabalho acompanhou essa fase ‘simplificar’ da sua vida?
Danuza: Eu acho que sim. Comecei levando muito na brincadeira. Mas me vejo mais madura nas coisas que digo, menos superficial. Talvez eu até fosse mais divertida no início. Nunca nenhum elogio de quando eu saia com um vestido maravilhoso me deu tanto prazer quanto eu tenho hoje quando alguém lê algo meu e diz que gostou muito.