sábado, 31 de dezembro de 2011

FELIZ LIVRO NOVO !!!

Quando 2011 começou, ele era todo seu.
Foi colocado em suas mãos.
Você podia fazer dele o que quisesse...
Era como um Livro em Branco, e nele você podia colocar:
um poema, um pesadelo, uma blasfêmia, uma oração.
Podia...
Hoje não pode mais; já não é seu.
É um livro já escrito. Concluído.
Como um livro que tivesse sido escrito por você,
ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes,
e você não poderá corrigi-lo.
Estará fora de seu alcance.
Portanto, antes que 2011 termine, reflita,
tome seu velho livro e o folheie com cuidado.
Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos
e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo.
Leia tudo...
Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou
seu melhor estilo.
Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito.
Não, não tente arrancá-las.
Seria inútil. Já estão escritas.
Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro
que lhe será entregue.
Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu,
e evitar repetir as ruins.
Para escrever o seu novo livro, você contará novamente
com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para preencher,
toda a imensa superfície do seu mundo.
Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije-o.
Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele e, a seguir,
coloque-o nas mãos do Criador.
Não importa como esteja...
Ainda que tenha páginas negras, entregue
e diga apenas duas palavras:
Obrigado e Perdão!!!
E, quando 2012 chegar, lhe será entregue outro livro,
novo, limpo, branco todo seu,
no qual você irá escrever o que desejar...
FELIZ LIVRO NOVO !!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Minha mensagem de "Fim de Ano"!

Meus querida(o)s amiga(o)s do Bloguesa,


A semana vai passar rapidinho e já, já - mais precisamente domingo -  é NATAL!
Mais um Natal! ... A gente sempre se surpreende: o ano passa ligeiro e o Natal dá aquela mexida total nos nossos afazeres, compromissos, nos pensamentos e deveres - SERÁ QUE FIZEMOS TUDO MESMO? 
Queria tanto fazer algo bem diferente para cada um de vocês, até porque escrevendo esta pequena mensagem estou vendo o rostinho de cada um, e cada um é tão diferente, tão especial!
Mas sei que além da semana passar rapidinho, se eu ficar adiando e tentando imaginar "ALGO INCRÍVEL E ÚNICO" para escrever, vou acabar enviando de última hora uma dessas mensagens lindas que a gente recebe e aí encaminha, só assinando embaixo e PRONTO! MISSÃO CUMPRIDA!!! 
Não, não é isso que quero neste final de 2011 não. Sei lá, esse ano mexeu muito com minhas emoções e foi um ano que me permitiu definir muita coisa na minha vida; definições que são PARA SEMPRE, não sei se me entendem... Algo do tipo:
VOU DIZER NÃO quando tiver que dizer! Vou SER FELIZ PARA MIM , assim sendo serei feliz para quem gostar de mim também! Não vou a lugar algum para agradar quem quer que seja, VOU SE EU QUISER E SE FOR IMPORTANTE PARA MIM! Vou dedicar grande parte do meu tempo A TODOS QUE EU AMO DE VERDADE - FAMÍLIA, FILHOS, AMIGOS - da forma que eu acho que deve ser, INTENSAMENTE, porque nisso está grande parte da minha ESSÊNCIA E FELICIDADE! E mais um montão de coisas...
E é por isso que estou aqui tentando escrever ALGO ESPECIAL DE NATAL PARA OS MEUS AMIGOS E AMIGAS DE VERDADE, RAZÃO DE MINHA FELICIDADE!

Então, vamos lá: sabem aquela história da ÁRVORE DE AMIGOS?
Vocês fazem parte da minha árvore e tenham certeza, ela é linda e florida, é frondosa e produz uma sombra onde eu me refresco sempre que posso,e às vezes choro, mas minhas lágrimas servem para regá-la, porque são lágrimas de felicidade, de emoção, de doação, de comunhão, de troca, de fraternidade e de muita cumplicidade! Neste Natal, ela está tão naturalmente enfeitada por vocês, que nem precisou enfeitar muito mais não... Só enchi de pombinhas brancas da PAZ, e bem lá em cima coloquei UMA LINDA ESTRELINHA VERDE DA ESPERANÇA .
Não vou falar mais muita coisa não - eu sei que vcs me conhecem e eu sairia virando páginas e mais páginas virtuais, tamanha inspiração - ELA VEM DE VOCÊS!!!
Posso finalizar sim... bem simples assim: ... que as luzinhas coloridas, todos os presentes, os sinos da igrejinha, o Papai Noel ( sei que cada um espera o seu, bem lá no fundinho do coração), a alegria contagiante, o abraço forte à meia-noite, o presépio com o Menino-Jesus na manjedoura, enfim TODO O ENCANTAMENTO E A MAGIA DO NATAL estejam presentes não só na noite do renascimento do nosso MENINO JESUS, mas SEJAM UM SOPRO DE ESPERANÇA E FÉ A PERPETUAR EM TODOS OS DIAS DO NOVO ANO!

BOAS FESTAS, UM NATAL DE PAZ E UM LINDO 2012!

Que compartilhemos de muitas novidades e alegrias no próximo ano... 
Contem sempre comigo!
Beijo no coração,

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"Sexta de Mulher pra Mulher..."

No site "Tempo de Mulher" da Ana Paula Padrão (colunista que prezo muito pelo profissionalismo) encontrei uma boa abordagem sobre o último livro da fantástica, na minha opinião, Danuza Leão.
A Revista Cláudia deste mês também trouxe uma entrevista com a autora, na íntegra, sobre o mesmo - muito interessante! Por uma vida mais simples - é esse o objetivo da Danuza ao estimular o "desapego" neste novo livro, que não vejo a hora de ler, e que com certeza dá a fórmula de "como se livrar dos vários compromissos impostos pela sociedade à mulher". 
Taí uma ótima dica para um presentinho de Natal!!!

A Vida Como Ela Deveria Ser
Em novo livro, Danuza Leão nos ensina a viver sem complicação
                                                                                                            Beatriz Alessi
                                                                                                                 3/12/2011


É sempre bom ter em mãos um livro de Danuza Leão. Já era bom quando ela falava de nossas obrigações em sociedade. Agora, que ela fala das desobrigações, é melhor ainda. É tudo tão simples, seu oitavo livro, mostra que a vida pode, sim, ser descomplicada. 

Ex-modelo em Paris, ex-colunista social, ex-hostess de boate, Danuza, aos 78 anos, tem autoridade para nos dizer o que é supérfluo. Vinte anos depois de Na Sala com Danuza, best-seller que a lançou como escritora, ela admite que mudou. Deu adeus aos saltos altíssimos, reduziu o guarda-roupa a poucas peças, abandonou o carro, se livrou da prataria inútil e vive leve e solta de frente para o mar de Ipanema. Mas de algumas coisas não abre mão, como viajar todo ano para Paris com a mala Louis Vuitton encapada de marrom, pra não sair por aí exibindo grife. E de classe executiva. "Não viajo em classe econômica, é um problema de direitos humanos, depois dos 45" - escreve ela. 

O que Danuza nos ensina é desapego. "Não perca seu tempo comprando (ou guardando) aquele vestido porque um dia vai emagrecer. Sabe quando isso vai acontecer? Provavelmente nunca, e a cada vez que olhar para aquela roupa de quando era um palito vai cair em profunda depressão". (Tenho um desses guardado que me serve como parâmetro. Vai que um dia eu consiga voltar ao que era!)

Danuza confessa que não faz parte da turma moderna. Não tem celular, não tem smartphone, não está nas redes sociais. Mas aconselha: "Dizer que não entende nada de redes sociais ou de engenhocas como iPad e iPod, que tem horror a todas essas tecnologias, não dá. Se você parou no tempo, fique muda, não confesse, jamais; eu parei mas não conto para ninguém". 

A franqueza de Danuza é fascinante! Ela revela que não hospeda ninguém ("só em caso de calamidade pública"), não vai a confraternizações familiares, não celebra o Natal, não permite que os netos a chamem de avó e não gosta de socializar. "Se puder, vá passar 15 dias em Paris sozinha e só conte na véspera, para que nenhuma amiga resolva ir também".

Não é deliciosamente libertador viver assim? Sem obrigações e sem se violentar em nome das regras e dos bons costumes? Esse despojamento costuma vir com a maturidade. Vamos, aos poucos, percebendo que a vida é muito mais interessante quando somos fiéis a nós mesmos e às nossas vontades. 

É claro que a busca da simplicidade não é necessariamente simples. Mas não custa tentar. Danuza diz que "a vida é bem mais confortável sem mentir"! E mais divertida também. É a vida como ela deveria ser.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Livros que são puro Romance... Delícia!!!

Que delícia curtir as tardes chuvosas de dezembro lendo um romance.
Se tiver um chocolate quente ou um chazinho para bebericar, ou uma pipoquinha para beliscar então… hummmm.
Um Dia, Vinte Anos, Duas Pessoas
Quem nunca sonhou um futuro e se esqueceu das promessas quando elas viraram presente? EmUm Dia, Vinte Anos, Duas Pessoas, dois jovens passam uma noite juntos, sabendo que, no dia seguinte, cada um seguirá seu rumo. Eles acabaram de se formar na faculdade. Só que vinte anos se passam e os dois não conseguem apagar o que sentem.

Ler, Viver e Amar
Ok, o título não é lá muito original, mas a história da mulher que se separa pela segunda vez é tocante. Dora decide trocar os homens pelos livros e os bons vinhos. Durante uma de suas idas à livraria, ela encontra aquele que parece ter nascido para ela: inteligente, bom de papo, gentil e formado em Literatura. As certezas dela balançam quando o ex tenta reatar o relacionamento.



Um Amor Para Recordar
Landon é um jovem irresponsável. Jamie é uma garota certinha, mas cheia de atitude. O amor improvável entre os dois acontece, mas ela está gravemente doente. Separe o lencinho antes de ler este livro de Nicholas Sparks.



Família
Autora de vários bestsellers, Barbara Delinsky conta em Família a saga de Dana e Hugh, membros de uma comunidade conservadora branca dos EUA. Quando o primeiro filho deles nasce negro, ele fica cheio de dúvidas e ela começa a procurar as origens de sua família.

 William & Kate – Uma História de Amor Real
Quer mais paixão do que a história real do príncipe William e da duquesa Kate Middleton?




Espero que gostem das sugestões! Ah, em tempos de "nada que fazer", não saia torrando seu rico e suado dinheirinho - décimo terceiro salário é pro IPVA, Seguro do carro, etc - ler é o melhor remédio!  Deliciem-se!!!
Beijocas, Cau.



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Contos meus...

DEZEMBRO

Dezembro possui  um aroma almiscarado
de saudade com esperança.
Dezembro é aquele que não se define, é passagem,
é princípio e fim ao mesmo tempo -
o ano corrente se despede enquanto
o ano novo vai chegando venturoso e repleto de possibilidades.

Dezembro é sempre mágico, tem fundo musical especial,
é o encontro ímpar de passado e futuro,
é a hora da reflexão e dos desejos,
de enxugar as lágrimas do que não volta mais,
de dar o grande sorriso de expectativa.

Dezembro é Natal, é renascimento, momento da redenção,
da Fé, do perdão;
de lembrar dos esquecidos, do Cristo,
dos desesperados,
de enxergar além do próprio umbigo.

Dezembro é exceção, mas deveria ser rotina,
é exemplo que deveria ser seguido o ano inteirinho.
É o mês de sermos mais humanos e mais sensíveis.
Dezembro é o mês em que nos tornamos melhores,
seja para compensarmos o que não fomos o ano todo,
seja para começarmos a mudar para o ano que chega.

Dezembro é festa, é esperança:
pedidos escritos a lápis em papéis
virgens e raramente lembrados depois,
flores jogadas ao mar com refluxo
ansiosamente aguardado
e crenças repentinas e fugazes
que geralmente se dissipam com a
fumaça dos fogos no reveillon.

É promessa de mudança, é chama acesa!
É tempo de saudade dos que não estão
mais conosco e abrilhantavam nossos
dias ou mesmo eram a razão principal deles.

É hora de repensar os erros e não mais cometê-los, 
é o momento de repassar os acertos e aprimorá-los.

Dezembro é o prelúdio do futuro,
é a chave do recomeço,
é a estação final do passado,
a conexão com o futuro,
Dezembro é extremo,é decisivo,
é palco de todas as recordações,
é mais um álbum que se fecha.

Dezembro é quando eu me
lembro mais da minha impermanência
e de que sou só um grão de areia
oscilando ao sabor das dunas intermitentes
do destino que nunca cansam de se modificar.

Dezembro deveria ser “dozembro”, já que o ano tem doze meses,
mas ainda assim é DEZ, e é um ótimo mês para nascer, casar, celebrar, viver...!!!

um feliz e abençoado dezembro para você!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mais um excelente texto de Martha Medeiros - Mulher Demais!

Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: ‘mas agora eu tô comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não voltava pra mim? 

Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.

Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum; eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito!

Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi que tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.

Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchan, tchan, tchan, tchan: nem sinal de vida.

Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.

O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.

Até que algo sensacional aconteceu...

Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo???

Martha Medeiros

sábado, 26 de novembro de 2011

Uma linda mensagem para o DOMINGO!

Quero agradecer muitíssimo a minha amiga Velma, que me enviou essa mensagem ESPECIAL - uma das mais lindas e impressionantes que já li na minha vida - e compartilhá-la com todas as amigas, mães como eu, que dariam não só a LUA, mas a VIDA por um filho! Tenham um domingo abençoado!!!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Texto de Sexta : o texto genial de uma SEXAGENÁRIA!

Texto de Regina de Castro Pompeu, terceira colocada no Prêmio Longevidade Bradesco de Jornalismo:
“De repente, 60!”
De forma despretensiosa, inscrevi um texto no concurso Prêmios Longevidade Bradesco, Histórias de Vida.
Estou chegando de São Paulo, onde fui participar da premiação.
Mandaram um motorista me buscar e me trazer e fiquei num super-hotel nos Jardins, acompanhada de meu príncipe consorte - rsrs.
Entre quase 200 concorrentes, conquistei o 3o lugar, com direito a troféu e diploma.
Mas, sinto como se tivesse recebido o Oscar, pois os primeiros colocados foram  jovens que trabalharam por alguns anos para escrever histórias que mereciam ser contadas.
Meu texto foi o único produzido pela própria protagonista.
O tema central era o realcionamento inter - geracional.
Quase caí da cadeira quando Nicete Bruno, jurada especial, me perguntou: "Você é a Regina? Queria muito conhecê-la. Adorei seu texto!" Tive, ainda, o privilégio de ser fotografada ao lado da convidada especial, Shirley MacLaine.
É muita emoção, que gostaria de compartilhar com vocês.
Abaixo, o texto premiado.
Beijos,
Regina.

De Repente 60!
Ao completar sessenta anos, lembrei do filme “De repente 30”, em que a adolescente, em seu aniversário, ansiosa por chegar logo à idade adulta, formula um desejo e se vê repentinamente com trinta anos, sem saber o que aconteceu nesse intervalo.
Meu sentimento é semelhante ao dela: perplexidade.
Pergunto a mim mesma: onde foram parar todos esses anos?
Ainda sou aquela menina assustada que entrou pela primeira vez na escola, aquela filha desesperada pela perda precoce da mãe; ainda sou aquela professorinha ingênua que enfrentou sua primeira turma, aquela virgem sonhadora que entrou na igreja, vestida de branco, para um casamento que durou tão pouco! Ainda sou aquela mãe aflita com a primeira febre do filho que hoje tem mais de trinta anos.
Acho que é por isso que engordei, para caber tanta gente é preciso espaço!
Passei batido pela tal crise dos trinta, pois estava ocupada demais lutando pela sobrevivência.
Os quarenta foram festejados com um baile, enquanto eu ansiava pela aposentadoria na carreira do magistério, que aconteceu quatro anos depois.
Os cinquenta me encontraram construindo uma nova vida, numa nova cidade, num novo posto de trabalho.
Agora, aos sessenta, me pergunto onde está a velhinha que eu esperava ser nesta idade e onde se escondeu a jovem que me olhava do espelho todas as manhãs.
Tive o privilégio de viver uma época de profundas e rápidas transformações em todas as áreas: de Elvis Presley e Sinatra a Michael Jackson, de Beatles e Rolling Stones a Madonna, de Chico e Caetano a Cazuza e Ana Carolina; dos anos de chumbo da ditadura militar às passeatas pelas diretas e impeachment do presidente a um novo país misto de decepções e esperanças; da invenção da pílula e liberação sexual ao bebê de proveta e o pesadelo da AIDS. Testemunhei a conquista dos cinco títulos mundiais do futebol brasileiro (e alguns vexames históricos).
Nasci no ano em que a televisão chegou ao Brasil, mas minha família só conseguiu comprar um aparelho usado dez anos depois e, por meio de suas transmissões, vi a chegada do homem à lua, a queda do muro de Berlim e algumas guerras modernas.
Passei por três reformas ortográficas e tive de aprender a nova linguagem do computador e da internet. Aprendi tanto que foi por meio desta que conheci, aos cinquenta e dois anos, meu companheiro com quem tenho, desde então, compartilhado as aventuras do viver.
Não me sinto diferente do que era há alguns anos, continuo tendo sonhos, projetos, faço minhas caminhadas matinais com meu cachorro Kaká, pratico ioga, me alimento e durmo bem (apesar das constantes visitas noturnas ao banheiro), gosto de cinema, música, leio muito, viajo para os lugares que um dia sonhei conhecer.
Por dois anos não exerci qualquer atividade profissional, mas voltei a orientar trabalhos acadêmicos e a ministrar algumas disciplinas em turmas de pós-graduação, o que me fez rejuvenescer em contato com os alunos, que têm se beneficiado de minha experiência e com quem tenho aprendido muito mais que ensinado.
Só agora comecei a precisar de óculos para perto (para longe eu uso há muitos anos) e não tinjo os cabelos, pois os brancos são tão poucos que nem se percebe (privilégio que herdei de meu pai, que só começou a ficar grisalho após os setenta anos).
Há marcas do tempo, claro, e não somente rugas e os quilos a mais, mas também cicatrizes, testemunhas de algumas aprendizagens: a do apêndice me traz recordações do aniversário de nove anos passado no hospital; a da cesárea marca minha iniciação como mãe e a mais recente, do câncer de mama (felizmente curado), me lembra diariamente que a vida nos traz surpresas nem sempre agradáveis e que não tenho tempo a perder.
A capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo diminuiu, lembro de coisas que aconteceram há mais de cinquenta anos e esqueço as panelas no fogo.
Aliás, a memória (ou sua falta) merece um capítulo à parte: constantemente procuro determinada palavra ou quero lembrar o nome de alguém e começa a brincadeira de esconde-esconde. Tento fórmulas mnemônicas, recito o alfabeto mentalmente e nada! De repente, quando a conversa já mudou de rumo ou o interlocutor já se foi, eis que surge o nome ou palavra, como que zombando de mim...
Mas, do que é que eu estava falando mesmo?
Ah, sim, dos meus sessenta.
Claro que existem vantagens: pagar meia-entrada (idosos, crianças e estudantes têm essa prerrogativa, talvez porque não são considerados pessoas inteiras), atendimento prioritário em filas exclusivas, sentar sem culpa nos bancos reservados do metrô e a TPM passou a significar “Tranquilidade Pós-Menopausa”.
Certamente o saldo é positivo, com muitas dúvidas e apenas uma certeza: tenho mais passado que futuro e vivo o presente intensamente, em minha nova condição de mulher muito sex...agenária!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Curiosidades da língua: os velhos ditados populares!

“Alguns ditados populares e suas devidas correções”

Dito Popular:
 “Quem tem boca vai a Roma”.
O correto seria: “Quem tem boca vaia Roma”. (do verbo vaiar).

Dito Popular: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro”.
O correto seria: “Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro”.

Dito Popular: “Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”.
O correto seria: “Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão”.

Dito Popular: “Cuspido e escarrado”. (alguém muito parecido com oura pessoa).
O correto seria: “Esculpido em carrara”. (tipo de mármore italiano).

Dito Popular: "Quem não tem cão, caça com gato".
O correto seria: "Quem não tem cão, caça como gato". (ou seja, sozinho, esgueirando, astutamente, traiçoeiramente).

              Veja também como surgiram esses:

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
Significado: A expressão louva a persistência como virtude que vence a dificuldade, ou seja, insista que você consegue.

O pior cego é o que não quer ver
Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.
Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

Cor de burro quando foge
A frase original era “Corra do burro quando ele foge”. Tem sentido porque, o burro enraivecido, é muito perigoso. A tradição oral foi modificando a frase e “corra” acabou virando “cor”.

De cabo a rabo
Significado: Total conhecedor. Conhecer algo do começo ao fim.
Histórico: Durante o período das grandes navegações portuguesas, era comum se dizer total conhecedor de algo, quando se conhecia este algo de "cabo a rabah", ou seja, como de fato conhecer todo o continente africano, da Cidade do Cabo ao Sul, até a cidade de Rabah no Marrocos (rota de circulação total da África com destino às Índias). 

Andar à toa

Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Histórico: Toa é a corda com que uma embarcação remboca a outra. Um navio que está "à toa" é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Uma mulher à toa, por exemplo, é aquela que é comandada pelos outros. Jorge Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: Cuidou de levar à toa sua dama.


Casa de mãe Joana
Significado: Onde vale tudo, todo mundo pode entrar, mandar, etc.
Histórico: Esta vem da Itália. Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382), liberou os bordéis em Avignon, onde estava refugiada, e mandou escrever nos estatutos: "que tenha uma porta por onde todos entrarão". O lugar ficou conhecido como Paço de Mãe Joana, em Portugal. Ao vir para o Brasil a expressão virou "Casa da Mãe Joana". A outra expressão envolvendo Mãe Joana, um tanto chula, tem a mesma origem, naturalmente.


Onde judas perdeu as botas
Significado: Lugar longe, distante, inacessível.
Histórico: Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.


Da pá virada
Significado: Um sujeito da pá virada pode tanto ser um aventureiro corajoso como um vadio.
Histórico: Mas a origem da palavra é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo homem vagabundo, irresponsável, parasita. Hoje em dia, o sujeito da "pá virada", parece-me, tem outro sentido. Ele é O "bom".

Nhenhenhém
Significado: Conversa interminável em tom de lamúria, irritante, monótona. Resmungo, rezinga.
Histórico: Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

Pensando na morte da bezerra
Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Histórico: Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus e sacrificados para Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar "pensando na morte da bezerra". Consta que meses depois veio a falecer.

Não entender patavina
Significado: Não saber nada sobre determinado assunto. Nada mesmo.
Histórico: Tito Lívio, natural de Patavium (hoje Pádova, na Itália), usava um latim horroroso, originário de sua região. Nem todos entendiam. Daí surgiu i Patavinismo, que originariamente significava não entender Tito Lívio, não entender patavina.

Santinha do pau ôco
Significado: Pessoa que se faz de boazinha, mas não é.
Histórico: Nos século XVIII e XIX os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos ocas por dentro. O santo era “recheado” com preciosidades roubadas e enviado para Portugal.

Sem eira nem beira
Significado: Pessoas sem bens, sem posses.
Histórico: Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada.

Cair no conto do vigário
Significado: Ser enganado por algum vigarista.
Histórico: Duas igrejas em Ouro Preto receberam um presente: uma imagem de santa. Para verificar qual da paróquias ficaria com o presente, os vigários resolveram deixar por conta da mão divina, ou melhor, das patas de um burro. Exatamente no meio do caminho entre as duas igrejas, colocaram o tal burro, para onde ele se dirigisse, teríamos a igreja felizarda. Assim foi feito, e o vigário vencedor saiu satisfeito com a imagem de sua santa. Mas ficou-se sabendo mais tarde que o burro havia sido treinado para seguir o caminho da igreja vencedora.

Ficar a ver navios
Significado: Esperando algo que não aconteceu ou não apareceu. Esperar em vão.
Histórico: O rei de Portugal, Dom Sebastião, morreu na batalha de Alcácer-Quibir, mas o corpo não foi encontrado. A partir de então (1578), o povo português esperava sempre o sonhado retorno do monarca salvador. Lembremos que, em 1580, em função da morte de Dom Sebastião, abre-se uma crise sucessória no trono vago de Portugal. A conseqüência dessa crise foi a anexação de Portugal à Espanha (1580 a 1640), governada por Felipe II. Evidentemente, os portugueses sonhavam com o retorno do rei, como forma salvadora de resgatar o orgulho e a dignidade da pátria lusa. Em função disso, o povo passou a visitar com freqüência o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, esperando, ansiosamente, o retorno do dito rei. Como ele não voltou, o povo ficava apenas a ver navios.

Chegar de mãos abanando
Significado: Chegar em algum lugar sem levar nada, de mãos vazias.
Histórico: Os imigrantes, no século passado, deveriam trazer as ferramentas para o trabalho na terra. Aqueles que chegassem sem elas, ou seja, de mãos abanando, davam um indicativo de que não vinham dispostos ao trabalho árduo da terra virgem.

A voz do povo, a voz de Deus
Significado: Essa tá obvia. Quem realmente sabe das coisas é o povo.
Histórico: As pessoas consultavam o deus Hermes, na cidade grega de Acaia, e faziam uma pergunta ao ouvido do ídolo. Depois o crente cobria a cabeça com um manto e saía à rua. As primeiras palavras que ele ouvisse eram a resposta a sua dúvida.

Chato de galocha
Significado: Pessoas muito chatas, resistente e insistente.
Histórico: Infelizmente, os chatos continuam a existir, ao contrário do acessório que deu origem a essa expressão. A galocha era um tipo de calçado de borracha colocado por cima dos sapatos para reforçá-los e protegê-los da chuva e da lama. Por isso, há uma hipótese de que a expressão tenha vindo da habilidade de reforçar o calçado. Ou seja, o chato de galocha seria um chato resistente e insistente, explica Valter Kehdi, professor de Língua Portuguesa e Filologia da Universidade de São Paulo. De acordo com Kehdi, há ainda a expressão chato de botas, calçados também resistentes, o que reafirma a idéia do chato reforçado.

Do arco-da-velha
Significado: Coisas do arco-da-velha são coisas inacreditáveis, absurdas.
Histórico: Arco-da-velha é como é chamado o arco-íris em Portugal, e existem muitas lendas sobre suas propriedades mágicas. Uma delas é beber a água de um lugar e devolvê-la em outro - tanto que há quem defenda que “arco-da-velha” venha de arco da bere (”de beber”, em italiano).

Bicho-de-sete-cabeças
Significado: A expressão ficou popularmente conhecida, no entanto, por representar a atitude exagerada de alguém que, diante de uma dificuldade, coloca limites à realização da tarefa, até mesmo por falta de disposição para enfrentá-la.
Histórico: Tem origem na mitologia grega, mais precisamente na lenda da Hidra de Lerna, monstro de sete cabeças que, ao serem cortadas, renasciam. Matar este animal foi uma das doze proezas realizadas por Hércules.

Com o rei na barriga
Significado: Em nossos dias refere-se a uma pessoa que dá muita importância a si mesma.
Histórico: A expressão provém do tempo da monarquia em que as rainhas, quando grávidas do soberano, passavam a ser tratadas com deferência especial, pois iriam aumentar a prole real e, por vezes, dar herdeiros ao trono, mesmo quando bastardos.

Ver (ou adivinhar) passarinho verde
Significado: Estar apaixonado.
Histórico: O passarinho em questão é uma espécie de periquito verde. Conta uma lenda que alguns românticos rapazes do século passado adestravam o bichinho para que ele levasse no bico uma carta de amor para a namorada. Assim, o casal de apaixonados tinha grandes chances de burlar a vigilância de um paizão ranzinza.

Com a corda toda
Significado: Ficar agitado, frenético.
Histórico: Antigamente, os brinquedos que possuíam movimento eram acionados torcendo um mecanismo em forma de mola ou um elástico, que ao ser distendido, fazia o brinquedo se mexer. Ambos os mecanismos eram chamados de “corda”. Logo, quando se dava “corda” totalmente num brinquedo, ele movia-se de forma mais agitada e frenética.

Favas contadas
Significado: Coisa certa, negócio seguro.
Histórico: De acordo com o pesquisador Câmara Cascudo, antigamente, votavam-se com as favas brancas e pretas, significando sim ou não. Cada votante colocava o voto, ou seja, a fava, na urna. Depois vinha a apuração pela contagem dos grãos, sendo que quem tivesse o maior número de favas brancas estaria eleito.

Tapar o sol com a peneira
Significado: Um esforço mal sucedido para ocultar uma asneira ou negar uma evidência.
Histórico: Peneira é um instrumento circular de madeira com o fundo em trama de metal, seda ou crina, por onde passa a farinha ou outra substância moída. Qualquer tentativa de tapar o sol com a peneira é inglória, uma vez que o objeto é permeável à luz. A expressão teria nascido dessa constatação.

Afogar o ganso
Significado: Se refere a um homem que está precisando fazer sexo.
Histórico: No passado, os chineses costumavam satisfazer as suas necessidades sexuais com gansos. Pouco antes de ejacularem, os homens afundavam a cabeça da ave na água, para poderem sentir os espasmos anais da vítima.

Ave de mau agouro
Significado: Diz-se de pessoa portadora de más notícias ou que, com a sua presença, anuncia desgraças.
Histórico: O conhecimento do futuro é uma das preocupações inerentes ao ser humano. Quase tudo servia para, de maneiras diversas, se tentar obter esse conhecimento. As aves eram um dos recursos que se utilizava. Na antiga Roma, a predição dos bons ou maus acontecimentos (Avis spicium, em Latim) era feita através da leitura do vôo ou canto das aves. Os pássaros mais usado para isso eram a águia, a coruja, o corvo e a gralha. Ainda hoje perdura, popularmente, a conotação funesta com qualquer destas aves.

Mais vale um pássaro na mão que dois voando
Significado: Melhor ter pouco que ambicionar muito e perder tudo.
Histórico: É tradição de antigos caçadores. Eles achavam melhor apanhar logo a ave que tinham atingido de raspão, antes que ela fugisse, do que tentar atirar nas que estavam voando e errar o alvo.

Apressado come cru
Significado: Afobamento, precipitação.
Histórico: Quando não existia o forno microondas, era preciso muito tempo para a comida ficar pronta, ou então comê-la crua. Nessa época, a culinária japonesa ainda não estava na moda e comida crua era vista com maus olhos.

Farinha do mesmo saco
Significado: Faz-se essa comparação para insinuar que os bons andam com os bons enquanto os maus preferem os maus.
Histórico: “Homines sunt ejusdem farinae” esta frase em latim (homens da mesma farinha) é a origem dessa expressão, utilizada para generalizar um comportamento reprovável. Como a farinha boa é posta em sacos diferentes da farinha ruim.

Sangria desatada
Significado: Diz-se de qualquer coisa que requer uma solução ou realização imediata.
Histórico: Esta expressão teve origem nas guerras, onde se verificava a necessidade de cuidados especiais com os soldados feridos. É que, se por qualquer motivo, se desprendesse a atadura posta sobre as feridas, o soldado morreria, por perder muito sangue.

Colocar panos quentes
Significado: Favorecer ou acobertar coisa errada feita por outro.
Histórico: Em termos terapêuticos, colocar panos quentes é uma receita, embora paliativa, prescrita pela medicina popular desde tempos remotos. Recomenda-se sobretudo nos estados febris, pois a temperatura muito elevada pode levar a convulsões e a problemas daí decorrentes. Nesses casos, compressas de panos encharcados com água quente são um santo remédio. A sudorese resultante faz baixar a febre.

Pagar o pato
Significado: Passou-se a empregar a expressão para representar situações onde se paga por algo sem ter qualquer benefício em troca.
Histórico: A expressão deriva de um antigo jogo praticado em Portugal. Amarrava-se um pato a um poste e o jogador (em um cavalo) deveria passar rapidamente e arrancá-lo de uma só vez do poste. Quem perdia era que pagava pelo animal sacrificado.

De pequenino é que se torce o pepino
Significado: Moldar o caráter das crianças o mais cedo possível.
Histórico: Os agricultores que cultivam os pepinos precisam de dar a melhor forma a estas plantas. Retiram uns “olhinhos” para que os pepinos se desenvolvam. Se não for feita esta pequena poda, os pepinos não crescem da melhor maneira porque criam uma rama sem valor e adquirem um gosto desagradável.

Elefante branco
Significado: Algo que se tem ou que se construiu, mas que não serve para nada.
Histórico: A expressão vem de um costume do antigo reino de Sião, situado na atual Tailândia, que consistia no gesto do rei de dar um elefante branco aos cortesãos que caíam em desgraça. Sendo um animal sagrado, não podia ser posto a trabalhar. Como presente do próprio rei, não podia ser vendido. Matá-lo, então, nem pensar. Não podendo também ser recusado, restava ao infeliz agraciado alimentá-lo, acomodá-lo e criá-lo com luxo, sem nada obter de todos esses cuidados e despesas.

Comer com os olhos
Significado: Apreciar de longe, sem tocar.
Histórico: Na Roma Antiga, uma cerimônia religiosa fúnebre consistia num banquete oferecido aos deuses em que ninguém tocava na comida. Apenas olhavam, “comendo com os olhos”. A propósito, o pesquisador Câmara Cascudo diz que certos olhares absorvem a substância vital dos alimentos.

Amigo da onça
Significado: Amigo falso, hipócrita.
Histórico: Conta-se que um caçador mentiroso, ao ser surpreendido, sem armas, por uma onça, deu um grito tão forte que o animal fugiu apavorado. Como quem o ouvia não acreditou, dizendo que , se assim fosse, ele teria sido devorado, o caçador, indignado, perguntou se, afinal, o interlpcutor era seu amigo ou amigo da onça.

Estar com a corda no pescoço
Significado: Estar ameaçado, sob pressão ou com problemas financeiros.
Histórico: O enforcamento foi, e ainda é em alguns países, um meio de aplicação da pena de morte. A metáfora nasceu de anistias ou comutações de pena chegadas à última hora, quando o condenado já estava prestes a ser executado e o carrasco já lhe tinha posto a corda no pescoço, situação que, de fato, é um sufoco.

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Fontes: Na Boca do Povo, Wikipédia, Câmara Cascudo.