Setembro! Feriadão plantado no meio da semana sugere uma pausa para reflexão: um misto de razão e emoção, tantos momentos "de peso" a levar em conta - preciso pesar a vida (?)- coloco tudo na balança, coisa típica de libriana, enfim, qual o balanço a fazer? Nove meses decorridos até aqui – “uma gestação” - o ano já rendeu tempo suficiente para se ter um filho e eu não consigo ver o que concebi... O ano está muito perto do fim e o que se pode dizer da colheita? Afinal é quase primavera...
“Sol de Primavera”, a lúdica música (do poeta da minha terra) diz “quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos...”. Tá certo que acabei de chegar de uma viagem relaxante à praia, e com as bênçãos de Nossa Senhora D’Ajuda só um dia foi de chuva – alma lavada pelo mar, energia recarregada pelo sol, tudo de bom; mas foi chegar e o filme recomeçar: ansiedade máxima! Tenho vivido assim, como se os desafios pudessem até transformar a minha vida numa panela de pressão, prestes a explodir...
Cada época tem a ansiedade que nela depositamos, e a do meu tempo, deste exato momento, é intensa e “temperada” por necessidades várias: quase me perco em meio a informações demais, apelos de realizações demais, sonhos de consumo demais, desafios demais. Percebo que ao invés de me sucumbir a isso tudo, é urgente mudar o tic-tac do meu relógio; é preciso tentar viver as “boas novas”, como diz a música...
Mas, tente imaginar a cena: minha mesa de “trabalho” lotada de livros, apostilas, cadernos, pastas de documentos; minha caixa de e-mails não menos lotada – 03 solicitações de amigos pelo facebook ; na página do IG, onde tento por as notícias em dia, Juliana Paes exibe um corpão escultural pós-gravidez, num ensaio de lingerie – devo ter voltado com pelo menos 02 kilos a mais da viagem à praia . Meu marido chega em casa certo de que haverá algo para o jantar, mas, ao tentar por a casa em ordem, esqueci de fazer supermercado – geladeira vazia – vamos de pão de queijo no improviso; meu filho chega deprimido do colégio, perdeu média em matemática; o outro tá triste, brigou com a namorada. A tela do Meritus online me espera para cumprir a meta diária de estudos que ainda está pela metade...Vai ficar na espera, preciso conversar com meus filhos!
Hoje, todas somos excessivamente estimuladas com demandas. Se não tomarmos cuidado, acabamos espremidas feito laranja. O desempenho das tarefas cotidianas, o bem-estar, o trabalho – que no meu caso é a luta por ele – as relações sociais, tudo fica comprometido. E aí, sem que percebamos , começam a aparecer os sintomas: insônia, dores de cabeça, palpitações, medos, tonturas, falta de ar...
Ar, preciso de ar! Todos os dias digo que vou me matricular numa academia para driblar a tal ansiedade e não me deixar paralisar por ela. E lá se vai o Setembro, e nada de academia. Será que o tempo só atropela meus dias? Família! Minha irmã acaba de ligar chateadíssima que cheguei de viagem e não liguei pra ela..."quando vamos nos encontrar? será que moramos mesmo na mesma cidade?
“Sol de primavera, abre as janelas do meu peito, a lição sabemos de cor, só nos resta aprender.”
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