Você fala: "Fazem três anos" ou "Faz três anos"; “Haja visto” ou “Haja vista”?
Pois é, deslizes primários como esses podem jogar por terra até mesmo uma carreira profissional, dependendo do contexto. Não é exagero não. Comunicar-se bem subentende “usar corretamente a norma culta ao falar”. Se ainda não está seguro, vale a pena dar uma olhada em algumas questões gramaticais que podem ser aperfeiçoadas. Na dúvida, recorra sempre à gramática, ou se tiver uma professora “para assuntos portuguesísticos”, tanto melhor: “a repetição leva à perfeição” – não se cansa de falar a minha professora!
Pois é, deslizes primários como esses podem jogar por terra até mesmo uma carreira profissional, dependendo do contexto. Não é exagero não. Comunicar-se bem subentende “usar corretamente a norma culta ao falar”. Se ainda não está seguro, vale a pena dar uma olhada em algumas questões gramaticais que podem ser aperfeiçoadas. Na dúvida, recorra sempre à gramática, ou se tiver uma professora “para assuntos portuguesísticos”, tanto melhor: “a repetição leva à perfeição” – não se cansa de falar a minha professora!
É que o português mudou. E, senão a mais difícil no conjunto de matérias a estudar para qualquer exame que seja, é tão complexa, difícil e desafiante quanto qualquer uma delas. Mas pode uma matéria normativa mudar? Pelo menos é o que estou vivenciando, agora, a cada dia de aula no cursinho... Foi-se o tempo em que aprendi que “sujeito é quem realiza a ação” – mas e o o sujeito passivo? – e que verbo é transitivo direto, ou indireto, ou intransitivo” – mas e o tal “verbo transitivo circunstancial”? E por aí vai...
Desde que criei o Bloguesa, procuro ficar bastante atenta ao escrever e postar os textos, mesmo quando não são de minha autoria. É muito difícil escrever um texto sem dar pelo menos uma escorregadela. De vez em quando, escapa uma daquelas bem caprichadas. E é fatal: os deslizes quase nunca passam despercebidos. Tenho alguns dois ou três leitore(a)s que são minha salvação e sempre me alertam para as danadas das incorreções.
Entretanto, vou deixar a preocupação gramatical com textos escritos para os meus amigos e professores de português e perambular por uma outra praia: a importância das regras gramaticais na comunicação oral.
Você poderia questionar: mas as regras gramaticais não são as mesmas para falar e para escrever? Sim. E não. Citando o professor Pasquale, a comparação que ele faz da língua com as roupas do nosso armário é ótima para esclarecer a importância da adequação da nossa linguagem. Temos roupas diferentes para as mais diversas ocasiões, e usamos uma ou outra dependendo da circunstância.
Com a língua não é diferente. Se tivermos de apresentar um projeto acadêmico, a linguagem deverá ser própria para a academia. Se fizermos uma exposição na empresa, os termos do mundo corporativo serão os mais apropriados. Se estivermos conversando com um grupo de amigos, a comunicação solta, do cotidiano, sem muita preocupação com acertos ou desvios gramaticais é a mais indicada.
Podemos ter o mesmo raciocínio também quando nos referimos à gramática para a comunicação escrita e para a oral. Se cometermos um ou outro pecado lingüístico na comunicação falada, provavelmente não seremos cortados da lista dos amigos. Entretanto, um deslize na comunicação escrita não será visto com a mesma benevolência, já que houve condições para ler, reler e providenciar as correções.
Mesmo assim, descuidos grosseiros na comunicação oral podem ser um desastre para a imagem e a reputação de uma pessoa. É um sinal evidente da sua falta de formação e de preparo. Uma indicação explícita de que houve uma lacuna no seu processo de educação.
Há quem pense de forma diferente. Julgam que essa preocupação não passa de “perfumaria”. Não concordo. Ao longo dos anos, tenho notado, por exemplo, que o nervosismo, a pressão de estar diante do público, a ansiedade são fatores que tiram a tranqüilidade e podem predispor ao erro.
Tudo isso posto, vamos voltar aos deslizes gramaticais mais freqüentes na comunicação oral. Os que citei lá no comecinho. Como são incorreções muito evidentes e facilmente identificadas, não custa nada fazer uma reavaliação para constatar se não andamos cometendo alguns deles... Vamos ver?
1. "Fazem muitos anos" que este erro ocupa o primeiro lugar no pódio.
Não é conveniente, por exemplo, dizer "fazem três anos, fazem muitos anos".
A explicação para essa questão gramatical é simples. Quando o verbo "fazer" se refere a tempo ou indica fenômenos da natureza deve permanecer na terceira pessoa do singular, porque é impessoal, não tem sujeito e, por isso, não pode ser flexionado.
Portanto, mais apropriado seria dizer: Faz três anos que ocupo o cargo de diretor na empresa. Faz oito meses que parei de fumar.
A mesma regra pode ser aplicada para o verbo haver quando usado no sentido de existir. Por exemplo: Havia manchas em todas as roupas, e não "haviam manchas em todas as roupas". Houve comentários favoráveis à proposta, e não "houveram".
2. A segunda posição no pódio vai para "haja visto".
Hoje pude constatar com uma colega do cursinho e classificar como segundo deslize gramatical de maior incidência na comunicação oral: o uso de "haja visto" no lugar de "haja vista".
A expressão haja vista não varia, pois sua formação ocorre com a terceira pessoa do imperativo do verbo haver acrescida de vista, um substantivo feminino. Exemplo: Haja vista as notícias de corrupção estampadas nos jornais.
Entretanto, vou deixar a preocupação gramatical com textos escritos para os meus amigos e professores de português e perambular por uma outra praia: a importância das regras gramaticais na comunicação oral.
Você poderia questionar: mas as regras gramaticais não são as mesmas para falar e para escrever? Sim. E não. Citando o professor Pasquale, a comparação que ele faz da língua com as roupas do nosso armário é ótima para esclarecer a importância da adequação da nossa linguagem. Temos roupas diferentes para as mais diversas ocasiões, e usamos uma ou outra dependendo da circunstância.
Com a língua não é diferente. Se tivermos de apresentar um projeto acadêmico, a linguagem deverá ser própria para a academia. Se fizermos uma exposição na empresa, os termos do mundo corporativo serão os mais apropriados. Se estivermos conversando com um grupo de amigos, a comunicação solta, do cotidiano, sem muita preocupação com acertos ou desvios gramaticais é a mais indicada.
Podemos ter o mesmo raciocínio também quando nos referimos à gramática para a comunicação escrita e para a oral. Se cometermos um ou outro pecado lingüístico na comunicação falada, provavelmente não seremos cortados da lista dos amigos. Entretanto, um deslize na comunicação escrita não será visto com a mesma benevolência, já que houve condições para ler, reler e providenciar as correções.
Mesmo assim, descuidos grosseiros na comunicação oral podem ser um desastre para a imagem e a reputação de uma pessoa. É um sinal evidente da sua falta de formação e de preparo. Uma indicação explícita de que houve uma lacuna no seu processo de educação.
Há quem pense de forma diferente. Julgam que essa preocupação não passa de “perfumaria”. Não concordo. Ao longo dos anos, tenho notado, por exemplo, que o nervosismo, a pressão de estar diante do público, a ansiedade são fatores que tiram a tranqüilidade e podem predispor ao erro.
Tudo isso posto, vamos voltar aos deslizes gramaticais mais freqüentes na comunicação oral. Os que citei lá no comecinho. Como são incorreções muito evidentes e facilmente identificadas, não custa nada fazer uma reavaliação para constatar se não andamos cometendo alguns deles... Vamos ver?
1. "Fazem muitos anos" que este erro ocupa o primeiro lugar no pódio.
Não é conveniente, por exemplo, dizer "fazem três anos, fazem muitos anos".
A explicação para essa questão gramatical é simples. Quando o verbo "fazer" se refere a tempo ou indica fenômenos da natureza deve permanecer na terceira pessoa do singular, porque é impessoal, não tem sujeito e, por isso, não pode ser flexionado.
Portanto, mais apropriado seria dizer: Faz três anos que ocupo o cargo de diretor na empresa. Faz oito meses que parei de fumar.
A mesma regra pode ser aplicada para o verbo haver quando usado no sentido de existir. Por exemplo: Havia manchas em todas as roupas, e não "haviam manchas em todas as roupas". Houve comentários favoráveis à proposta, e não "houveram".
2. A segunda posição no pódio vai para "haja visto".
Hoje pude constatar com uma colega do cursinho e classificar como segundo deslize gramatical de maior incidência na comunicação oral: o uso de "haja visto" no lugar de "haja vista".
A expressão haja vista não varia, pois sua formação ocorre com a terceira pessoa do imperativo do verbo haver acrescida de vista, um substantivo feminino. Exemplo: Haja vista as notícias de corrupção estampadas nos jornais.
O grande mestre Celso Pedro Luft considera haja vista uma expressão estereotipada, inanalisável, um espécie de “fóssil morfossintático”, que deve ser classificada entre aquelas expressões de exemplificação ou explicação do tipo isto é, a saber, por exemplo. Como acontece com todas essas estruturas cristalizadas, a tendência é deixá-la imóvel, sem flexão: haja vista, e pronto.
Segundo a gramática, há cinco maneiras de se usar essa expressão:
1) Haja vista + substantivo singular, sem a prep. a; Ex. Haja vista o acontecimento.
2) Haja vista + substantivo singular, com a prep. a; Ex. Haja vista ao acontecimento.
3) Haja vista + substantivo plural, sem a prep. a; Ex. Haja vista os acontecimentos.
4) Hajam vista + substantivo plural, sem a prep. a; Ex. Hajam vista os acontecimentos.
5) Haja vista + substantivo plural, com a prep. a. Ex. Haja vista aos acontecimentos.
Como você pode notar, "haja visto" NUNCA deve ser usado, pois é considerado erro de acordo com a gramática normativa.
Espero ter ajudado e que salvemos a língua portuguesa!
1) Haja vista + substantivo singular, sem a prep. a; Ex. Haja vista o acontecimento.
2) Haja vista + substantivo singular, com a prep. a; Ex. Haja vista ao acontecimento.
3) Haja vista + substantivo plural, sem a prep. a; Ex. Haja vista os acontecimentos.
4) Hajam vista + substantivo plural, sem a prep. a; Ex. Hajam vista os acontecimentos.
5) Haja vista + substantivo plural, com a prep. a. Ex. Haja vista aos acontecimentos.
Como você pode notar, "haja visto" NUNCA deve ser usado, pois é considerado erro de acordo com a gramática normativa.
Espero ter ajudado e que salvemos a língua portuguesa!
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